SP-Arte turbina onda de aberturas
Todo ano é igual. Na semana da SP-Arte, todos os museus e galerias de São Paulo programam aberturas de suas melhores exposições, ou apostas, para coincidir com alvoroço da feira, um verdadeiro panapaná social. Em ano sem Bienal de São Paulo, esta semana que começa agora concentra uma avalanche de exposições, começando com duas que abrem neste domingo de Páscoa.
O Pivô, centro cultural que funciona em dois andares do edifício Copan, no centro de São Paulo, abre nesta tarde mostras dedicadas a Tonico Lemos Auad e a Lucas Arruda. Lemos Auad exibe uma série de esculturas e instalações, enquanto Arruda mostra mais um trabalho da série em que pinta suas paisagens na superfície de slides que depois são projetados no espaço.
Ao longo do resto da semana, a cidade deve ferver, para bem ou para mal. Sei de gente que fica aflita tentando conciliar todos os brunches, coquetéis, vernissages, visitas a ateliês, palestras e afins, além de ver a feira para fechar negócios ou só por curiosidade. Não consigo estar presente em todos os lugares, mas este blog e a cobertura da “Ilustrada” on-line e impressa vai tentar filtrar o que há de melhor nessa semana de overdose estética. Veja abaixo uma agenda com sugestões da temporada de compras.
Segunda. Marina Abramovic, que tem agora uma retrospectiva em cartaz no Sesc Pompeia, abre uma exposição individual na galeria Luciana Brito. Na Fortes Vilaça, Rodrigo Matheus abre uma individual, enquanto, ali perto, também na Vila Madalena, a galeria Eduardo Fernandes abre uma coletiva com nomes que despontam agora no cenário artístico colombiano, como Alberto Lezaca, Clemencia Echeverri, Fernando Arias, Luz Lizarazo e Rosario Lopez. Também na segunda, a Tofiq House, um casarão nos Jardins que vem funcionando como residência artística, abre uma exposição coletiva.
Terça. Véspera da abertura VIP da SP-Arte, este é o dia que concentra o maior número de aberturas. Impossível listar todas aqui, mas o dia começa com a mostra de pinturas do alemão Anselm Kiefer na White Cube. À tarde, Waltercio Caldas, que esteve no noticiário há pouco por causa da ameaça da prefeitura carioca de destruir uma de suas esculturas públicas, abre exposição na galeria Raquel Arnaud. Na Luisa Strina, o chileno Alfredo Jaar e Alexandre da Cunha abrem individuais simultâneas. Ivan Grilo, artista em ascensão no circuito, também abre sua primeira individual na galeria Casa Triângulo. Uma série de murais de Athos Bulcão também serão destaque de uma mostra na Nara Roesler, que abre também uma exposição de Cao Guimarães. Mas talvez o maior destaque da noite seja a mostra de Piero Manzoni, no Museu de Arte Moderna. Deve ser só coincidência, mas expor um dos artistas que mais questionaram a ideia de arte como objeto de valor na semana de compras ensandecidas que toma São Paulo parece uma provocação muito saudável.
Quarta. Dia de abertura VIP da SP-Arte. Como todos os galeristas vão estar ocupados tentando vender na feira, eventos neste dia só dentro do pavilhão da Bienal de São Paulo. Neste ano, a feira terá, além dos estandes das galerias, uma ala inteira dedicada a projetos de grande porte, com artistas como Daniel Buren, Rochelle Costi, Fred Sandback, Julio Le Parc, Amilcar de Castro, Mona Hatoum, entre outros. Também há um espaço só para performances.
Quinta. Depois de uma individual na galeria Central em que convidou Bárbara Paz para estrelar um vídeo, Nino Cais abre uma exposição de seus trabalhos na loja da Bulgari, no shopping JK Iguatemi. Simon Watson, consultor que faz a ponte entre Estados Unidos e Brasil, abre na galeria Rabieh uma mostra da artista Nina Chanel Abney. Maior destaque do dia, o Masp abre a segunda etapa de sua mostra de acervo, com projeto de Lina Bo Bardi refeito por Martin Corullon, da Metro, no subsolo do museu.
Sexta. Quase fechando a semana, Moacir dos Anjos leva ao Paço das Artes a exposição “A Queda do Céu”, com obras de Cildo Meireles e Claudia Andujar, que refletem sobre a influência indígena na produção do país.
Sábado. Maior destaque do dia é a abertura da mostra de pinturas do irlandês Sean Scully, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. O Centro Cultural São Paulo também abre uma retrospectiva dos 25 anos de seu programa de exposições, responsável por lançar uma série de artistas no cenário artístico nacional. Nas galerias, é outro dia cheio, com Leda Catunda no galpão da Fortes Vilaça, Luiz Paulo Baravelli, na Marcelo Guarnieri, além de quatro mostras simultâneas na Mendes Wood DM, com Betty Woodman, Celso Renato e Patricia Leite em seus espaços nos Jardins e a mostra “The Modern Institute”, no galpão da casa na Vila Romana, na zona oeste da cidade.