As cinco melhores mostras de janeiro
Estamos no auge do verão e às vésperas do Carnaval, mas para alguns museus, galerias e centros culturais o ano já começou. Veja cinco das melhores mostras que marcaram janeiro.
“Permanências e Destruições”. Ocupando espaços arruinados, abandonados ou esquecidos do Rio com uma série de instalações e performances, a mostra organizada pelo curador João Paulo Quintella é a melhor surpresa do ano até agora. Priscila Fiszman e Kammal João fizeram da praça 15 de Novembro um estranho canteiro de obras com artistas levando tijolos de um lado para o outro sem nada construir. No mesmo lugar, Pedro Varella e Júlio Parente ergueram uma plataforma a dez metros do chão, devolvendo a vista da baía de Guanabara que se tinha do alto da antiga Perimetral, via elevada demolida no ano passado. Outros cenários de destruição, como uma piscina abandonada em Santa Teresa e uma fábrica que virou um tétrico estacionamento em Benfica, ganharam força com obras de Pontogor, Luísa Nóbrega e Daniel de Paula.
“Beleza?”. Organizada pelo Centro Cultural São Paulo em parceria com o Ateliê397, a mostra do CCSP, tema do primeiro post deste blog, tem curadoria da chilena Pamela Castro e reúne obras de artistas de peso no cenário global, como o belga Francis Alÿs, o espanhol Santiago Sierra, o brasileiro Albano Afonso e o chileno Pedro Alonso, que venceu o Leão de Prata na última Bienal de Arquitetura de Veneza.
Afonso Tostes. Mostra na galeria Millan, em São Paulo, retoma parte da obra que o artista havia mostrado na Casa França-Brasil, no Rio, no ano passado, uma das exposições mais fortes de 2014. Afonso Tostes recupera antigas ferramentas usadas por escravos em fazendas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e esculpe as formas de ossos humanos no cabo das peças. É uma poderosa reflexão sobre questões de raça e abuso no Brasil.
“Museu Dançante”. O Museu de Arte Moderna de São Paulo abre seu calendário de 2015 com uma mostra em que bailarinos da São Paulo Companhia de Dança realizam uma coreografia em diálogo com obras do acervo do museu, entre elas delicados trabalhos de Jac Leirner e Fernanda Gomes e instalações impactantes de Maurício Dias e Walter Riedweg e Marepe. Vale pelo inusitado da proposta ao mesmo tempo em que parece questionar com o movimento dos bailarinos a inércia das peças de museu.
Mônica Nador. Falando em dança, a abertura da individual de Mônica Nador no Paço das Artes teve desfile de moda que virou um baile de Carnaval em plena abertura. A artista famosa por seu trabalho no Jardim Miriam Arte Clube, em que trabalha com artistas do bairro da zona sul de São Paulo, faz aqui uma parceria com os moradores da São Remo, favela nos arredores da Cidade Universitária. Em conjunto, Nador e os moradores criaram estampas de vestidos e grandes painéis coloridos que ocupam o centro cultural, dissolvendo barreiras entre o mundo elitista da arte e a comunidade ao redor.