Feira e bienal transformam Emirados Árabes em centro do mundo da arte

Silas Martí
Vista de Dubai, maior metrópole dos Emirados Árabes Unidos
Vista de Dubai, maior metrópole dos Emirados Árabes Unidos

Nesta semana, o mundo da arte se concentra neste pequeno país do golfo Pérsico para dois eventos de peso, a abertura da feira Art Dubai e a Bienal de Charjah, no emirado vizinho à cidade de arranha-céus estonteantes.

Numa tentativa deliberada de conquistar uma parte do mercado que ainda não deu as caras na Ásia, a Art Dubai deste ano dedica uma ala à América Latina, com um programa de filmes do Festival Videobrasil, a presença do Tijuana, braço de publicação de livros de artistas da galeria paulistana Vermelho, além da presença de artistas latinos e brasileiros, como Maria Thereza Alves, Marina Buendia, María Quiroga e Mario García Torres.

Enquanto isso, a Bienal de Charjah, este ano organizada pela norte-americana Eungie Joo, ex-Inhotim, chega à 12ª edição sem perder o fôlego. Também por lá haverá obras de brasileiros, no caso, das artistas Cinthia Marcelle, que já participou do evento antes, e Jac Leirner, que estreia em Charjah.

São dois pontos contrastantes. Enquanto a feira é a meca da ostentação, com obras que costumam ter forte pegada decorativa e muito brilho, a bienal, maior evento do tipo no Oriente Médio, vem tentando se consolidar como uma plataforma experimental para a arte em meio à aridez do deserto.

Mas se os xeques souberam transformar Dubai numa espécie de Miami árabe, com lagos e piscinas cintilantes, não espanta que em breve essas iniciativas artísticas comecem a vingar por aqui com mais força do que se vê nos frívolos coquetéis que agitam o golfo nestes dias. Ao longo da semana, estarei por aqui contando todos os detalhes da Art Dubai e da Bienal de Charjah.