Veja as melhores obras da Art Dubai
Anila Quayyum. O trabalho desta artista paquistanesa sobrepõe padrões de tapetes persas, luminárias e outros objetos de origem árabe para criar uma presença fantasmagórica no espaço, algo entre o decorativo e um manifesto das memórias de regiões muitas vezes devastadas pela guerra.
Mona Hatoum. A artista libanesa tem presença na feira com uma peça que acaba de expor na Estação Pinacoteca, em São Paulo. Usando bolinhas de gude, ela cria o que chama de buraco negro, evocando memórias dolorosas do passado em trabalhos revestidos de roupagem às vezes dócil ou doméstica.
Walid Raad. Um dos melhores trabalhos da feira, as colagens do libanês Walid Raad fazem parte da série que o artista mostrou na última Bienal de São Paulo. Aqui, ele preenche os contornos de um objeto que fotografou na coleção de arte islâmica do Louvre, em Paris, com a imagem de outro objeto do mesmo acervo, num comentário sobre a confusão de identidades do mundo árabe quando visto pelo prisma ocidental.
Ayaz Jokhio. Este artista paquistanês pintou uma série de retratos de políticos e celebridades de seu país vistos de costas, subvertendo o gênero clássico da pintura e ao mesmo tempo mantendo referências que permitem a identificação de seus retratados, como fantasmas na vida pública local.
Lorna Simpson. Artista conhecida por suas reflexões sobre racismo e feminismo, a norte-americana repete sete vezes a fotografia de uma boca fechada impressa sobre retângulos de feltro, material fetiche de artistas conceituais como o alemão Joseph Beuys. Negra, Simpson não fala aqui só do silenciamento das mulheres, mas de todo um grupo racial.
Jitish Kallat. O artista indiano cria desenhos geométricos que depois mergulha em materiais inflamáveis e queima, criando contornos nascidos da destruição da própria superfície do desenho e levando a abstração geométrica a outro nível de tensão, quase um estudo sobre a violência.
Atef Maatallah. Em desenhos que misturam elementos realistas e fantásticos, o artista tunisiano cria um diário visual da vida em Túnis no pós-primavera árabe. Ele mesmo aparece em muitos dos trabalhos, a visão de um homem atormentado pela doença e ao mesmo tempo uma vítima da moda.
Vibha Galhotra. A artista indiana reflete sobre a paisagem desarranjada da capital indiana, de rios poluídos e escombros arquitetônicos, mas usa sempre materiais sedutores, como esferas metálicas que lembram pérolas ou blocos de concreto pintados de tinta dourada. São cores que agradam o público local.
Luiz Roque. Um dos muitos artistas brasileiros na Art Dubai, Luiz Roque mostra um vídeo em que uma bola de metal estilhaça duas chapas de vidro. As placas transparentes parecem se desmanchar e depois se recompor, num balé visual que opõe noções de extrema placidez e violência.
Tiffany Chung. A artista vietnamita, que estará na próxima Bienal de Veneza, criou uma instalação em que exibe em caixas de madeira uma série de imagens da cidade síria de Homs, destruída pela guerra agora em curso no país. Elas funcionam aqui como estranhas recordações emolduradas.