Louca das bolinhas, Yayoi Kusama foi a artista mais vista no ano passado

Silas Martí
A artista japonesa Yayoi Kusama diante de uma de suas instalações
A artista japonesa Yayoi Kusama diante de uma de suas instalações

No ano que passou, Yayoi Kusama, a japonesa conhecida por suas estampas de bolinhas ensandecidas, foi a artista mais vista do mundo, com exposições que passaram por São Paulo, Rio e Brasília. Entre as 20 mostras mais visitadas do mundo em 2014 elencadas pelo jornal britânico “The Art Newspaper”, três são da japonesa, que teve retrospectivas no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e de Brasília e no Instituto Tomie Ohtake. Juntas, as exposições organizadas pelo canadense Philip Larratt-Smith, agora curador internacional do Tomie Ohtake, foram vistas por 1,75 milhão de pessoas.

Kusama é pop. Embora tenha sido um dos maiores nomes da contracultura e da performance na cena nova-iorquina dos anos 1960, onde despontou como artista contemporânea, a japonesa, que hoje vive internada num manicômio em Tóquio, foi ao longo dos anos sendo absorvida pelo mercado com voracidade incomum, num revival tardio da arte pop. Por onde vai, Kusama atrai multidões. Já estampou bolsas da Louis Vuitton com suas bolinhas e já teve retrospectivas de peso em museus mundo afora –além do Brasil, sua última mostra de arrasar quarteirões foi no Reina Sofía, em Madri.

Uma das performances de Yayoi Kusama em Nova York nos anos 1960
Uma das performances de Yayoi Kusama em Nova York nos anos 1960

Nas feiras de arte, suas peças ainda são cobiçadíssimas. Na SP-Arte, que começa na próxima quarta no pavilhão da Bienal, em São Paulo, a galeria nova-iorquina David Zwirner terá algumas de suas peças, em geral vegetais gigantes cobertos de bolinhas coloridas, como quase tudo que ela faz.

Além de Kusama, o ranking anual do “Art Newspaper”, publicado neste fim de semana, traz outras mostras de bilheterias alucinadas no Brasil. A retrospectiva de Salvador Dalí, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, aparece em quarto lugar, com 974 mil visitantes. No mesmo endereço, uma mostra dedicada ao escultor brasileiro Milton Machado aparece em quinto, com 448 mil visitas. Ainda entre as 20 mais visitadas, estão a mostra de arte pop da coleção Ludwig e as performances do alemão Tino Sehgal, ambas no CCBB carioca. O segredo? Todas elas têm entrada gratuita, e o centro cultural no Rio fica num lugar de grande circulação, bem no centro da cidade.

Em primeiríssimo lugar, no entanto, está uma exposição de mestres da dinastia Ming, no Museu do Palácio Nacional, em Taipé, com 1,13 milhão de visitantes, ou uma média de 12,9 mil visitas por dia.