Patrocinadores rejeitam suposto pênis em livro

Silas Martí
Obra que aparece na capa do livro de Antonio Dias que chegou à McKinsey & Company
Obra que aparece na capa do livro de Antonio Dias que chegou à McKinsey & Company

Há duas versões secretas do novo livro sobre o artista Antonio Dias. Enquanto nas livrarias a edição tem uma cruz branca na capa, outra leva de volumes chegou aos patrocinadores estampada com um coração vermelho. Uma terceira versão é toda nesse tom.

Dias afirma que a consultoria McKinsey & Company, que bancou parte do projeto, encomendou uma versão sem o que parecia ser um pênis na cruz.

“Eles acharam que podia ter uma alusão sexual, e aí nós substituímos o trabalho”, conta Dias. “Mas não tem nenhum aspecto de pênis, à parte que é redondinho.” A McKinsey não se manifestou.

Pinturas de Francisco Hurtz, que seriam expostas no MIS
Pinturas de Francisco Hurtz, que seriam expostas no MIS

Mais pudor Um membro da equipe do governo paulista que organiza o Diversa Fest, festival de cultura LGBT nesta semana, recomendou que o artista Francisco Hurtz, conhecido por desenhar e pintar homens nus, evitasse o assunto nas obras que levaria ao MIS.

Mais pudor 2 O galerista de Hurtz, Tato DiLascio, havia visitado o museu com os organizadores e disse ao artista que seria preciso amenizar o tom. Hurtz postou um ataque ao MIS nas redes sociais criticando uma possível censura, depois voltou atrás e disse que houve um “desentendimento”.

Mais pudor 3 A pessoa da equipe negou ser contra a nudez, alegou falta de espaço no museu e disse que levará a mostra para outro lugar.

Oiticica Depois de Mira Schendel e Lygia Pape, a galeria suíça Hauser & Wirth negocia para representar o espólio de Hélio Oiticica no exterior.

Ao cubo A retrospectiva de Picasso, no Instituto Tomie Ohtake, recebeu 4.500 pessoas na abertura para o público. Bateu Dalí, no mesmo museu, que levou 4.304 pessoas à inauguração, mas não Frida Kahlo, com 5.590.

Expansão Estreando agora em Lisboa, a feira espanhola Arco abre nesta semana com cinco galerias do Brasil —Baró, Jaqueline Martins, Luciana Brito, Luisa Strina e Vermelho. Elas apostam na recuperação da economia portuguesa.

Torre H, prédio abandonado desenhado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, que será cenário da mostra 'Permanências e Destruições'
Torre H, prédio abandonado desenhado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, que será cenário da mostra ‘Permanências e Destruições’

‘Permanências e Destruições’ Uma das melhores mostras do ano passado terá uma segunda edição em junho. A exposição levará obras a espaços em ruínas ou que foram demolidos no Rio para a chegada da Olimpíada. Entre eles, está uma torre hoje abandonada desenhada por Lucio Costa e Niemeyer na Barra da Tijuca.