Suposto vício de Hélio Oiticica em cocaína provoca briga entre artista e crítico de sua mostra nos EUA

Silas Martí

Uma polêmica fora das galerias do museu abala a retrospectiva de Hélio Oiticica agora em turnê pelos Estados Unidos. Neville d’Almeida, que foi parceiro do artista na construção de suas “Cosmococas”, instalações com desenhos do rosto de celebridades como Jimi Hendrix e Marilyn Monroe feitos com cocaína, não gostou nada do que leu no catálogo da exposição.

Ele ataca o artigo do crítico Max Jorge Hinderer Cruz, que afirma que o suposto vício do artista na droga teria moldado sua forma de fazer arte. “Apareceu o primeiro delator do Hélio”, diz D’Almeida. “Max é um dedo-duro exibicionista que quer aparecer. É um crítico de segunda que, em vez de ver as coisas de um ângulo mais profundo, vai para a fofoca.”

Hinderer Cruz rebateu D’Almeida com menos agressividade. Ele disse à coluna acreditar que “quando a gente expõe nosso pensamento a uma substância tão poderosa quanto a cocaína, isso tem um efeito sim”. “Tem algumas pessoas que dizem que o Hélio era viciado, outras que dizem que não era”, acrescentou.

“Quem sou eu para questionar o Neville d’Almeida? Se ele quer colocar outra verdade, ele tem a última palavra.”