No rastro de Charlottesville, políticos americanos se esforçam para remover estátuas confederadas

Silas Martí

No rastro do confronto entre supremacistas brancos e manifestantes antirracismo que terminaram com a morte de uma mulher em Charlottesville, nos Estados Unidos, no último sábado, autoridades de uma série de cidades do sul do país estão acelerando a retirada de estátuas de generais e líderes confederados de suas praças públicas. Esses monumentos celebram a figura de militares que lutaram contra as tropas do Norte abolicionista durante a Guerra Civil americana, defendendo o direito de manter escravos.

Os protestos violentos de Charlottesville, no Estado da Virgínia, tiveram como ponto de partida a decisão da cidade de remover do espaço público uma estátua do general Robert E. Lee. Agora, o prefeito de Louisville, em Kentucky, já anunciou, em entrevista ao jornal “Washington Post”, que vai empacotar e guardar todas as estátuas confederadas de sua cidade. Em Lexington, no mesmo Estado, serão removidas duas estátuas, uma de um general e outra de John Hunt Morgan, um conhecido proprietário de escravos.

Enquanto isso, manifestantes derrubaram estátua de um soldado confederado em Durham, na Carolina do Norte, na última segunda. Em Nashville, grupos pressionam pela remoção da estátua de Nathan Bedford Forrest, um general confederado que também chegou a ser uma das lideranças do Ku Klux Klan.

Também no “Washington Post”, o repórter Christopher Ingraham fez uma conta incômoda no centro do poder americano. Arquivos do Capitólio mostram que no salão nobre de estatuária da sede do Congresso do país, há três vezes mais estátuas celebrando líderes confederados do que personagens negros.