MinC faz vistoria em mostra suspeita no MAC-USP

Silas Martí

Uma equipe do Ministério da Cultura foi ao Museu de Arte Contemporânea da USP investigar possíveis irregularidades numa exposição organizada por José Antônio Marton e Cris Corrêa, suspeitos de usarem verbas incentivadas para financiar a produção de trabalhos que já existiam.

Os produtores afirmavam que o orçamento de R$ 500 mil bancado pelo banco Toyota seria usado para residências artísticas e a criação de nove pinturas inéditas, mas reportagem da Folha publicada em abril, que detonou a investigação, trouxe relatos de cinco dos nove autores escalados para a mostra dizendo que suas obras não foram realizadas para o evento. Elas já existiam e estavam à venda.

Num primeiro relatório do caso elaborado pelo MinC e obtido pela coluna, Marton e Corrêa disseram à equipe do governo que os artistas citados na reportagem se referiam a outras obras e não às que teriam feito para a ocasião.

Mas Tatiana Blass, Rodrigo Bivar e Ana Prata, três dos nomes mais valorizados presentes na mostra, foram explícitos ao dizer que não produziram nada, só cederam seus trabalhos. Em tempo, foram removidas as etiquetas dizendo que as obras pertenciam à coleção do banco Toyota. Quando a mostra foi aberta, os adesivos colados ao lado das obras davam a entender que os quadros passariam a integrar uma coleção da instituição financeira, que nega ter comprado qualquer trabalho.

Cinthia Marcelle A artista que representa o Brasil na atual Bienal de Veneza mostra agora na galeria Vermelho mais um filme realizado em parceria com Tiago Mata Machado.